A importância da educação sexual
Falar sobre sexo, para muita gente constitui-se num verdadeiro dilema, embora seja ele saudável e necessário. Além de inibir, muitas pessoas não se sentem seguras para tratar desse assunto, principalmente em função de sua complexidade.
A educação sexual é, deveras, muito complicada. Ela envolve considerações biológicas, morais, sociais e médicas. Lembra o psicólogo Jay Gale, em sua obra “O adolescente e o sexo”, que “por mais informado que seja, nenhum pai ou mãe é capaz de discutir todas essas questões tão complexas de sexo”. Mesmo assim, ele completa: “são provavelmente os pais a maior fonte de informações sobre sexo e sexualidade para os adolescentes”.
Principalmente em função dos diversos problemas com que se deparam os jovens, pela falta de conhecimentos, quanto mais informações corretas os filhos receberem sobre as difíceis questões da sexualidade, e quanto mais tiverem refletido sobre as opções disponíveis, menos serão os riscos que os ameaçam.
Se os pais, como responsáveis pela educação dos filhos, se negam e não assumem essa tarefa, poderão até se arrepender, com os resultados obtidos pela sua omissão. Eles irão receber as informações de outras pessoas também despreparadas, que se encontram em qualquer esquina de rua, contando aventuras.
A verdade é que queiramos ou não, diariamente nossos filhos adolescentes estão sendo bombardeados com as mais diversas informações sobre sexo. Através dos filmes, das TVs, com suas telenovelas e outros programas, por meio de jornais e revistas e até em letras de músicas.
E não adianta ninguém tentar controlar a vida sexual dos filhos. O adolescente é pessoa definitivamente sexuada. E pensa em sexo. Queiramos ou não, ele vai aprender. A nossa preocupação é como isso ocorrerá.
É aí que nasce a grande necessidade da participação segura dos pais, para este tipo de educação. Sabe-se que não é fácil esse diálogo. Geralmente os filhos relutam em discutir sobre sexo com os pais. Mas dependendo talvez da abertura, do relacionamento desde a infância isso possivelmente facilitará.
Mesmo havendo um diálogo franco sobre o assunto, um método importante e que surte efeitos positivos com relação à educação sexual, é através dos livros. Os pais devem colocar à disposição dos filhos pelo menos um livro sobre esse assunto. Ele poderá, ainda, se não se sentir satisfeito, consultar profissionais como psicólogos, psicanalistas, médicos. Porque tanto envolve orientações sobre a prática sexual, propriamente dita, e os cuidados para se evitar maiores problemas, como a gravidez precoce e a transmissão de doenças.
Com relação à questão da gravidez adolescente, até em países desenvolvidos a incidência tem sido alarmante. Segundo pesquisas feitas pela Instituto Alan Guttmacher, num centro de saúde de reprodução dos Estados Unidos, mais de um milhão de adolescentes engravidam, todos os anos.
A mesma pesquisa constatou que em 1987 houve 200 mil casos registrados de doenças sexualmente transmissíveis entre jovens com menos de 20 anos, dos quais sete mil eram crianças entre 10 e 14 anos. Isso sem se computar, logicamente os casos omitidos, já que muitos desses jovens não se declaram. Ainda de acordo com essa estatística, 18 por cento das meninas americanas abortam antes dos 20 anos.
Também ficou comprovado que num país como a Holanda, que divulga abertamente através dos meios de comunicação de massa, informações sobre questões sexuais específicas, e na Suécia, que desde 1956 há programa obrigatório de Educação Sexual nas escolas, estão entre as nações com índices mais baixos de gravidez adolescente no mundo. Nos Estados Unidos, onde apenas os estados de Nova Jersey e Marylane no Distrito de Colúmbia, a Educação Sexual é obrigatória, têm o mais alto índice de gravidez adolescente do mundo desenvolvido.
Portanto, fica claro que quanto mais informações sobre o tema, envolvendo suas consequências, os índices são mais baixos. As famílias devem estar atentas para esse fato, e fazer a sua parte, para proteger os filhos e prepará-los para o enfrentamento da realidade assustadora.