A mente, mente!
Mens sana in corpore sano’ é uma frase de origem latina que significa “uma mente sã num corpo são”. A frase faz parte da resposta de Juvenal (poeta romano) à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida. No entanto, quero lhe provocar a refletir sobre a divisão existente entre corpo e mente quando o assunto diz respeito à linguagem.
Para vivermos em sociedade criamos a mentira. Como grande parte das palavras que compõem nosso vocabulário teve origem no latim, enfocamos que os verbetes, mentiri e mente têm a mesma raiz. Sendo assim, a mentira seria a construção de uma falsa realidade. Dessa forma, a deformação da verdade se construiu como uma defesa diante de uma realidade ameaçadora. A mente se utiliza da mentira como um mecanismo de defesa.
Não viveríamos de forma “harmoniosa” se não fosse a mentira. A mentira nos torna sociáveis. Imagine um mundo onde você revela tudo o que pensa sem temer às consequências. Não seria um paraíso como alguns pensam, e sim um lugar onde a sinceridade promoveria o afastamento social.
Alguém te pergunta: “Estou bem nesta roupa?” E você responde: “Com este corpo nada lhe cairá bem”. Ou quem sabe o parceiro sexual lhe questiona: “Foi bom pra você?” E escuta um sonoro: “Já tive melhores”. Pronto! Iniciamos a terceira guerra mundial. E agora, o que fazer? Uma vez que nos falta a sinceridade.
A salvação habita na importância da aprendizagem da interpretação da linguagem corporal. Pois, o corpo não mente. Já a mente, mente. Não se detenha, apenas, à linguagem verbal. E não se engane: o discurso é enganador. O ardiloso que habita em cada ser humano induz ao erro, ilude e trapaçeia.
Pare por alguns instantes e ouça com os olhos. Veja se o corpo ratifica o discurso ou se vai em sentido contrário. Caso haja uma dissonância entre corpo e mente, lhe recomendo a acreditar no corpo. Mesmo que você prefira acreditar na mentira que está ouvindo.
Quando você escolhe acreditar na mentira, fica impossibilitado de culpar o outro por qualquer coisa. Uma vez que foi você que escolheu não crer na verdade do corpo. Portanto, quando estiver ouvindo alguém, prefira ficar com os olhos bem abertos. Deste modo, verá melhor, posto que a mente, mente.